(André Bonomini)
Saudações, Videotapers… Creio que é mais ou menos assim que o amigo e fiel funcionário Luke os cumprimenta sábado após sábado. Pois bem, por compromissos relacionados a novidades ao Canal Videotape ele estará ausente neste sábado. Sendo assim, quem assume os trabalhos no VTnaB hoje… Acho que óbvio… Sou eu, o chefe da bagaça…
Mas deixando as formalidades de lado, um assunto que tem me chamado a atenção nos últimos tempos no mundo dos desenhos animados, em especial em uma das mais tradicionais franquias de brinquedos e animações do mundo. Criada em 1983 por Bonnie Zacherle no seio da Hasbro, esta franquia trazia em simpáticos cavalinhos mensagens de boa vontade, compartilhamento, amizade e amor. Dos brinquedos para a animação foi um pulo, e da animação para o coração de pessoas de todas as idades e sexos foi outro ainda mais intenso e curioso.
É claro que falamos de My Little Pony, ou Meu Querido Pônei no Brasil oitentista, série de sucesso que vai ao ar diariamente em solo tupiniquim pelo Discovery Kids e que nos Estados Unidos atrai ainda hoje fãs de várias idades e… sexos. Isso mesmo, a febre MLP não escolhe vitimas e até jovens e senhores tem se afeiçoado pelas histórias de seis pôneis pelo reino de Equestria. A eles a cultura pop deu-lhes os nomes de Bronies, e é sobre eles que venho falar no VTnaB de hoje (e, prometo, de maneira bem breve… prometo!)
Como falamos no começo, a franquia nasceu em 1983, chancelada pela Hasbro. Virou animação em 1986, sendo transmitida até pelo SBT nos programas infantis matinais. No entanto, o passar dos anos fez a animação cair no obscurantismo e o gosto por pôneis coloridos virar chacota em filmes, séries e outros desenhos animados. Era assim, ao menos, até 2010, quando a mesma Hasbro resolveu repaginar a série, dirigida por Lauren Faust e agora muito mais completa e solta do que a produção infantil dos anos 80.
A turma atual de pôneis – Twilight Sparkle, Rainbow Dash, Applejack, Fluttershy, Pinkie Pie e Rarity, mais o dragão-bebe Spike – trouxeram a velha franquia uma nova vida e um novo viés jamais visto. Além das lições de amizade e bondade (relatadas pelas cinco a soberana de Equestria, Princesa Celestia), a série atual é mais dinâmica nos episódios, as vezes nem lembrando uma animação voltada ao público infantil.
Os causos dos episódios são mais sérios, os roteiros mais soltos e permitindo brincar um pouco com a ironia da vida e com alguns easter eggs e figuras clássicas da TV pelo caminho. O formato da nova geração também ajuda, os pôneis tem formas mais delineadas, menos parecidas com um cavalo ou uma égua comum, além de trazer traços puxados sutilmente para os animes. A fórmula não deu outra, o enredo e o formato da animação arrebanhou fãs de tal maneira que nem a senhorita Faust poderia imaginar. Criando toda sorte em produtos relacionados a franquia e até um encontro de fãs – a Bronycon – realizada anualmente (e aguardada ansiosamente) nos EUA.
Mas o que, exatamente, é um Brony? A palavra vem da mescla de brother (irmão) com pony (pônei). Algo como irmão ponei. É todo rapaz maior de 10 anos que assiste a série. E não é só assistir, um brony praticamente tem um raio-x completo de todos os personagens – das principais aos secundários – na cabeça. Alguns arriscam até cosplays (fantasias a lá anime) dos pôneis, promovem encontros e vivem o dia como se eles próprios estivessem em Equestria.
Algo errado com todo este fanatismo? Nem um pouco! Pelo contrário, relatos de alguns até dizem que My Little Pony lhes trouxe algum sentimento de estima, alegria e vontade de viver perdido por algum momento da vida, seja por uma tristeza profunda ou um tempo difícil vivido. As aventuras dos bronies viralizaram pela internet, onde desenhistas, dubladores e cantores da web e cosplayers viraram uma espécie de celebridades cult, sempre muito bem quistos e procurados para qualquer discursão acerca da série.
Alias, no Brasil, a Folha de São Paulo foi a primeira (e, até agora, a única) a abordar o assunto, numa matéria intitulada inteligentemente de Coisa de Menina?. Na matéria de Bruno Molinero, destacava-se o início da febre no país ainda antes da estréia da animação no Discovery Kids, em fins de 2012, hoje já não tão intensa e um tanto restrita a uns pequenos (porém relevantes) grupos.
No entanto, entre os yankees e em outros países da Europa, os pôneis ainda são a lei. Os bronies não tem vergonha de quem são e nem devem ter, dado o quão saudável e normal é ter um gosto como este. Encontros como a Bronycon são aguardados ávidamente, reunindo atrações como conversas com os dubladores e responsáveis pelos desenhos, seja na TV ou nos quadrinhos, concursos de cosplays, shows musicais e até uma divertida brincadeira batizada de Ask-a-Pony, onde personagens caracterizados como os pôneis da telinha respondem a perguntas tal como os personagens.
Veja ai:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=BLKw0f0PKGE]
Quem quiser entender mais deste universo inusitado de fãs dos pequenos pôneis, tem até documentário (e legendado em português). Trata-se de Bronies: The Extremely Unexpected Adult Fans of My Little Pony. É só dar um clique abaixo e conferir:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=-stTg5s-h6k]
Isto feito, isto dito, isto posto. Vida longa aos bronies e as suas amadas pôneis. Todo o respeito a eles. E por aqui, fim de trabalhos por este fim de semana.
Luke Baldin volta semana que vem, a gente promete! André Luiz para Videotape encerrando a transmissão.