Videotape n’A Boina nº 52: Um fim de semana com O Gordo e o Magro

Fim de semana de humor, e humor clássico. O VTnaB está recordando a história de uma dupla que cativa o mundo com sua comédia pastelão até os dias de hoje. Prepare a pipoca e o saco de risadas, vamos recordar Laurel e Hardy, O Gordo e o Magro Reprodução)
Fim de semana de humor, e humor clássico. O VTnaB está recordando a história de uma dupla que cativa o mundo com sua comédia pastelão até os dias de hoje. Prepare a pipoca e o saco de risadas, vamos recordar Stan Laurel e Oliver Hardy, O Gordo e o Magro Reprodução)

(André Bonomini)

Saludos, damas e caballeros videotapers! Espero que este VTnaB os encontre bem. Sim, sou eu o chefe no comando deste espaço alegre neste fim de semana. O caro Luke está com o seu paradeiro sob mistério, não sabemos se foi sequestrado por uma tribo de índios ou fugiu para o México, mas não vamos deixar o VTnaB desguarnecido, e hoje vamos prestar uma reverencia a uma dupla de pioneiros na arte mais saudável do cinema: Fazer rir.

Em 1917, os curta-metragens humorísticos do cinema mudo estavam na crista da onda. Quem não queria melar os olhos com filmes emotivos ou épicos podia gastar o tempo rindo alucinantemente com comédias de gênios como Charlie Chaplin, Ben Turpin, Harry Langdon, os membros do Keystone Kops e tantos outros. Foi neste tempo dourado que uma dupla de humoristas, já conhecidos de curtas solos, juntou forças e virou uma das tantas referencias daquele humor cheio de pastelão, inocência e risos: Eis Stan Laurel e Oliver Hardy, ou para nós brasileiros, O Gordo e o Magro.

The Lucky Dog, de 1917, a primeira vez que a dupla atuou junta. No entanto, apenas em 1926 Laurel e Hardy começariam a trabalhar juntos oficialmente como um par cômico Reprodução)
The Lucky Dog, de 1917, a primeira vez que a dupla atuou junta. No entanto, apenas em 1926 Laurel e Hardy começariam a trabalhar juntos oficialmente como um par cômico (Reprodução)

Foi com The Lucky Dog, curta de 1917 dirigido por Jess Robbins que Laurel e Hardy se apresentaram pela primeira vez juntos, uma centena de anos atrás diga-se de passagem. No entanto, os dois apenas oficializaram a dupla nove anos depois, em 1926, tendo na direção de grande parte das produções James Parrott. De lá para cá foram 106 filmes, sendo 32 curtas mudos, 40 curtas sonoros e 23 longa-metragens contando ainda 11 pontas em filmes da época. Soma-se a isto um grande número de homenagens pós-obra e até um Óscar em 1932 para o curta Caixa de Música, o melhor curta de comédia daquele ano.

O que mais surpreende a dupla foi a capacidade unica de conseguir manter o sucesso na difícil transição do cinema mudo para o falado. Com o advento de The Jazz Singer, primeiro filme falado de grande repercussão estrelado por Al Jolson e lançado em 1927, a ainda jovem industria cinematográfica vivia uma transição complicada, quem se dava bem no mudo muitas vezes não se adaptava ao falado, como foi o caso do genial Charlie Chaplin, que acreditava que seu personagem mais famoso, o inconfundível Carlitos, não daria certo falando.

No entanto, quem conseguiu a transição conseguiu dar continuidade a carreira dentro da revolução maior do cinema naqueles tempos. Laurel e Hardy assim seguiram e continuaram cativando um público fiel com seus curtas que mostravam as confusões de um gordo metido a inteligente e um magro desastrado. Uma combinação perfeita que gerou clássicos e imortalizou a dupla na cultura popular até mesmo nos tempos atuais. Me admira como, depois de tanto tempo Hollywood ainda não fez um filme de O Gordo e o Magro nos moldes atuais, tal como fez com Os Três Patetas em 2012.

A dupla nos anos 50.
A dupla nos anos 50. Depois da última produção para o cinema, Laurel e Hardy se retiraram das telas e preparavam um retorno para a TV. No entanto, os problemas de saúde e a morte de Oliver Hardy em 1957 abreviaram planos futuros, mas não  mataram o clássico eterno (Reprodução / AFP)

A última produção da dupla foi Atoll K (Utopia), de 1951, que conseguiu um razoável sucesso. Depois de aposentarem a dupla tinha até planos de retornar a ativa em uma série para TV. No entanto, Stan Laurel sofrera um AVC em 1955 e teve sua saúde seriamente prejudicada. Oliver Hardy já sofria de problemas com a saúde desde 1954, quando sofrera um infarto. Hardy morreria em 1957 de um novo infarto e de complicações decorridas de um derrame sofrido um ano antes. Ele tinha 65 anos.

Deprimido pela perda do amigo, Laurel viveu os últimos dias em um apartamento em Santa Mônica, sendo muitas vezes visitado por outro grande, e à época promissor, gênio do humor: Jerry Lewis, que praticamente incorporou muitas dicas de Laurel as suas interpretações. Stan Laurel morreria em 1965 vitima de um ataque cardíaco, aos 74 anos de idade.

Presente do VTnaB neste fim de semana: Seis curtas para rir e recordar O Gordo e o Magro Reprodução)
Presente do VTnaB neste fim de semana: Sete curtas para rir e recordar O Gordo e o Magro. Se tiver pipoca a mão é ótimo! (Reprodução)

Foram-se os gênios, mas as obras ficaram. Os curtas de Laurel e Hardy atravessaram gerações, causando risos e admiração até os dias atuais como grandes representantes de um tipo de humor que, apesar de não ter lugar em telonas comerciais, ainda busca aquele espaço cativo no coração alegre das crianças de hoje.

E é neste clima de homenagem e reverencia que o VTnaB deixa aos amigos sete curtas dublados (entre produções gravadas no tempo do cinema mudo e dubladas e outras do cinema falado, também dubladas) de O Gordo e o Magro, para recordar, rir e admirar mais uma vez esta forma inocente de fazer brotar risadas no ser humano.

1 – Liberdade e seus Perigos (Liberty / 1929)

2 – Limpa-Chaminés (Dirty Work / 1933)

3 – Dois Marceneiros Fora de Esquadro (Busy Bodies / 1933)

https://www.youtube.com/watch?v=HGn54NYN1CQ

4 – Noite de Paz / Herança Assombrada (The Laurel-Hardy Murder Case / 1930)

5 – Água que Passarinho não Bebe (Them Thar Hills / 1934)

https://www.youtube.com/watch?v=1tTDXsm7As4

6 – Olho Por Olho (Tit for Tat, continuação do curta acima / 1935)

7 – De Pernas pro Ar (Going Bye-Bye! / 1934)

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