Instigante observar esse vai-e-vem de dentro e de fora da Vila Germânica, num barulhento “silêncio” antes da folia.
Há uma palpável ansiedade no ar, levemente disfarçada entre reuniões informais, orientações vocais ditas a distância, serras que cortam, sirenes, ferramentas, o fervor contido e, ao mesmo tempo, frenético das frentes de trabalho. Nós que já sabemos tudo o que tomará lugar naquelas esquinas e vielas de uma quarta cotidiana em diante, por mais ridículo que possa soar, é algo que beira o contemplativo.
Assemelha-se a um fantasma curioso que, movido pela ansia do porvir, fica imaginando vagamente toda uma maratona de dias de folia, de pés e corpos dominados pelo aviãozinho e pelo frenético passar entre grupos e grupos de pessoas. Encolhido pelo gigantismo do que sua cidade faz, até mesmo cutuca corriqueiramente uma pergunta quase pueril: “vai dar tempo pra montar tudo?”
A Oktoberfest aprendeu a ser grande, é fato. Quatro décadas de calos, suor, algum sangue e desmaio, muita chuva e até lama e todos os acertos e erros que reuniões pós-festa pudessem trazer e que são impressos nos detalhes em que cada um é responsável. Chope, comida, musica, apêndices que não se encaixam na tríade básica e o elemento que mais tarde é a prova da engrenagem operante: o fritz, a frida, o turista.
Sou direto: uma festa nasce sem saber que será imperfeita em algo. Pode parecer pessimismo, mas depois do crepusculo do dia final, no último fechar de portão do setor 1, alguém em alguma sala ou esquina do salão remoerá em um mínimo ou considerável detalhe que não fechou. É um constante ciclo, aquilo que nenhum turista observa enquanto inebriado pelo som e pelo alcool de canecos do pão liquido.
Por aqui, fora do silencio ensurdecedor, alguns aguardam batendo sincronicamente os pés em ritmo de ansiedade, outros bufram de agonia pela agitação e lotação de uma cidade tal qual o corredor de casa pela festa.
A contagem regressiva aproxima-se calma do momento zero. Outra Oktoberfest nascerá junto da quarta-feira derradeira.
Ein Pro… calma!
Um pouco mais apenas… um pouco mais…