O “e se” não ama

O “e se” não joga.

Na verdade nunca jogou.

E ainda jogamos com ele.

Já parou para pensar que, sobretudo no amor, a gente joga demais com o “e se”? E tanto ao ponto de nos colocarmos numa espécie de espiral tortuosa de sofreres assistindo este mesmo “e se” cada vez mais longe.

Na vida, não existe o “e se”, ele nunca existiu. E se você ama, tem o tal do “crush” por alguém e coloca este elemento no meio do seu pensar, esta arriscado a esquecer de si por uma imaginação.

Platonismos, imaginações adocicadas e até com certa sensualidade, raivas sem motivo para outro e mais para você, frustração, derrota, distância. E o ciclo vai se repetindo vira-e-volta sem você perceber.

Como se você gostasse de estar imerso nisto, uma forma de escapar desta curva fracassada no real. E a gente acaba gostando, se acomoda e deita, fica por ali.

Vive na constância do “e se” dia e noite. Come, dorme, toma banho, trabalha e tenta se divertir com ela na mente, imaginando cenários, verônicas e possibilidades. A próxima surpresa, o próximo encontro casual, o que mais for.

Chega! Já chega mesmo! De friezas, incertezas e desdém de sentimentos este mundo velho está cansado. Você também deveria estar.

E não está por que? O “e se” é mais confortável? Lamento, não vai acontecer, não será possível, ela não te quer assim como você quer.

E digo ainda mais, com uma faca de açougueiro na mão: tem hora que temos que cortar na carne e sumir. Fechar todas as portas para a mínima possibilidade de ver uma feição dela até mesmo no inanimado da fotografia.

Bloqueie, vá pra longe, rasgue os pensamentos e coloque que o “e se” de antes te faça tão mal quanto uma indigestão estomacal. Só não precisa vomitar, apenas expelir mentalmente esse peso, esta âncora, partir pra navegação… e a sós.

Só assim mesmo e eu acredito nisso, que a gente fortalece a si e não ajoelha na primeira recaída. O mais importante ainda é você, só você: crescendo, se descobrindo, se gostando, se valorizando e colocando em volta gente que não é da imaginação do “e se”, mas solida, real, ponta firme.

Corte na carne, larga de mão e deixa que a verdade do amor faça-te parte. Amor ainda é verdade entre dois, mas autoestima ainda é tão grande quanto ou maior.

O real é você

O amor é real como ele

E o “e se” não joga

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