Como apreciador de musica, por vezes fico pensando em alguns pecados que a vida, talvez de forma injusta, não explica o porquê deles acontecerem. E quando acontecem, fica de nós o pensamento dolorido do “e se ainda estivesse por aqui, entre nós?”
Talvez o caso mais cruel dessa definição é o da imortal Karen Carpenter. Junto do irmão Richard, tomou o mundo de assalto no duo Carpenters na década de 1970, apresentando o chamado “Soft Rock” de uma forma jamais vista. Milimetricamente trabalhado, moldado na poesia e no romantismo, com melodias suaves, embalos leves e cativantes e uma sinergia que arrematava tudo.
No entanto, por trás da magia de cantar e domar uma bateria como poucos e poucas, Karen sofreu suas pressões e seus demônios, como muitos bastidores do show business também são dignos de nota, ainda mais nos mesmos anos 1970 onde tantos distúrbios, hoje seriamente tratados, eram apenas “mal-estares” de momento.
No caso dela, a anorexia nervosa, quase um fantasma de tão desconhecida naqueles idos, era resultado de pressões e de uma vida de assombros e tensões que levavam aos extremos. Extremos que calaram tão precocemente uma voz, em fevereiro de 1983, aos tão jovens 32 anos.
Foi uma partida chocante, e uma lacuna tão profunda e triste até os dias de hoje que chega a ser impossível de acreditar que ela se foi, partiu, calou-se sem deixar nem mesmo uma perspectiva do que viria a ser e continuar sendo o Carpenters, ela mesma, a musica que se acostumou a ter os dois irmãos militando nela.
As lições ficaram, o som e as melodias também, só Karen que não está aqui. Faz falta. É irreparável. 🌻🌻