Ele foi um dos primeiros a tomar a vacina no Brasil. E no ato, esbanjou toda a velha classe, o sorriso e a alegria mesmo com os reflexos lentos de uma idade avançada.
Ele se resignou durante os períodos mais pesados da pandemia, e as vezes falar que ele iria partir dessa seria algo impensável. Mas depois de uma longa odisseia, como é o processo da vida, tudo termina, tudo tem um encerramento depois de uma longa viagem. E assim o foi
Aos 101 anos, Orlando Drummond partiu, deixando um cabedal imenso de trabalhos e de lembranças a tantos que conviveram com seu trabalho, na dublagem e no humor. Alguns recordarão do bom velhinho defendendo Olivia de Brutus, tremendo de medo como Scooby, vociferando contra os Smurfs ou, como tantos como eu, arrastando mais uns pra irmandade como o aluno gay mais legal da escola.
Orlando foi moderno, irreverente, parte de uma infância saudável que não mais volta, como tantas coisas boas que lá ficaram. Aos poucos, a gente sente que fica “velho”, mas só de corpo, a sabedoria só vem mesmo para quem sabe viver, trabalhar, rir e fazer de cada dia uma experiência única a cada esquina.
E o eterno “Seu Peru” assim o fez. A trajetória chegou ao fim aqui, a história imortaliza e nos fará rir sempre que lembrarmos do moço, da voz de tantos, do garoto colorido que leva sabe-se lá quantos para a irmandade. 🌻🌻