Uma das mais fantásticas histórias do rádio brasileiro talvez nunca tenha sido ouvida fora da casa de um dos maiores humoristas e entrevistadores que nos rodeiam. Faz algum tempo, ele já não está mais entre nós, mas é um irmão de ondas mesmo que sua rádio nunca saiu da casa onde vivia.
Rafael Soares era um garoto que convivia e aprendia diante do espectro autista. Ouvido absoluto, capacidade de resiliência fora do padrão e… um operador de rádio dos mais pontuais. O garoto tinha uma rádio dentro de casa, do seu mundo.
Tinha horários rigorosos, prezava a perfeita plástica da programação, tanto que o bem e velho Derico, companheiro de banda no sexteto, produziu vinhetas para a “Rádio AM da Zona Sul”, elogiado por profissionais tarimbados e dedicado ao expediente: o seu pai, orgulhoso da trajetória deste garoto, dizia que “nem no dia do aniversário, a rádio saia do ar”.
Rafael, nada mais é, do que o tão falado (e ainda mais celebrado) filho de Jô Soares. E recortando todas as fofocas e bobagens ditas, o velho pai conta por onde vai sobre a luz que passou por ele, e mais: deixa para nós a lição traçada pelo filho, de comprometimento independente as dificuldades.
Rafael foi o mais comprometido profissional de rádio que jamais conhecemos. E mesmo que sua rádio nunca teve “audiência”, quem o via operar e fazer a hora acontecer sabia que lá estava alguém determinado a fazer o que gostava: fazer rádio.
Rafael, você é o maior. 🌻🌻