Nunca me surpreendeu, de verdade
Os primeiros movimentos e falas da dita oposição – em SC e no parlamento nacional – me dão a entender uma coisa simples: será uma oposição imersa numa paranoia regada a fake news, falácias e ideologias furadas.
Desde os movimentos posteriores ao 8 de janeiro que observo e não me surpreendo. A defesa em forma de relevação e “pautas legítimas”, combinado ao silêncio conivente do ex-mandatário, fazem um coro perigoso para um bando de Marias e Zés esbravejarem ruidosamente sem argumentos, apenas raivas, ressentimentos e o apego as mentiras virtuais, dia a dia proliferadas.
Em Brasília, os primeiros gritedos são esperados, mas o que adianta frases prontas e furadas sem argumentos contra os primeiros descaminhos do molusco e sua equipe? (e olha que já temos alguns, vários para começar a falar).
E por SC… bem, aqui temos um caso bem a parte. Um parlamento catarinense que emergiu chancelado pelo voto da extrema-direita enrustida em cada esquina desse quinhão de terra sulista. Gente que casou o voto em cidadãos que acumulam livros sem leitura e insanidades em mentes e celulares e que promete “defender a família e os valores tradicionais”, custe o que custar a consonância com o momento atual.
Os primeiros respingos já foram vistos no Barriga Verde no primeiro dia de trabalhos da Assembleia. É visível que há um pensamento daqueles de entortar a mente: “fui guindado pelo extremismo, mas se não saber conversar, não consigo atender demandas. Como fazer?”
Tem quem seja exceção nesse nó pensante, mas ai vai enveredar por um caminho onde qualquer frase distorcida ou fato compreendido pelo terço da verdade e feito fake vai valer para esbravejar em púlpito. Ana, Zé, Jessé, Ivan, Marcos… algumas figurinhas carimbadas que sabem – ou não – que ideologia e Bíblia deveriam ser deixadas naquela gaveta soturna de casa e não trazidos para onde a seriedade e o bem comum – independente de pensamentos – deve imperar.
Eu vou falar ao vento, com certeza, pois logo vou ver esse boliche nas falas, e ainda com a chancela de políticos menores, vereadores e prefeitos de cidades catarinenses que ainda guardam suas mágoas de 31 de outubro e não escondem suas posições (o Vale que o diga, lamentavelmente).
Para opor-se ao projeto do molusco, é preciso coerência e argumentos firmes. Manobras e fantasias com o ex-mandatário e sua turba de malucos (sobretudo os golpistas remanescentes) não devem nem ser ouvidos, não devem fazer parte de uma real oposição, aquela que fiscaliza, cobra e pede explicações com clareza e sanidade de pensamento.
E Jorginho sabe bem o que é cobrar com clareza e sem colocar na mesa aquelas velhas máximas com cheiro de golpismo. Tem verbas e emendas em jogo, e ser político nunca foi tão importante como agora para sua cabeça ainda agitada pelos movimentos ainda incertos no estado.
Mas, nesse período, já aviso: não me surpreendo. Os ressentimentos e a falta de respeito a democracia e a verdade continuam latentes, e duvido muito que veremos “oposição” de fato, apenas o punhado de insanos e seus movimentos controversos, fake news ao vento e gritos de “fraude” e “intervenção” ecoando de longe.
Repito: não me surpreendo.