Em novembro de 1971, os blumenauenses receberam um pioneiro dos ares. Pousava próximo ao Aeroclube de Blumenau, no campo do hoje Aeroporto Quero-Quero, o bimotor turbo-hélice EMB-110 Bandeirante, o fruto de um trabalho que visava, além da expansão industrial para novos campos a consolidação da iniciativa aeronáutica de forma definitiva na terra de Santos Dumont.
Entrando um pouco mais na história daquela pioneira aeronave que pousara em nossas terras, o Bandeirante começou a nascer de fato em 1965, quando o Governo Federal aprovou o projeto para a construção, em solo brasileiro, de um avião para uso civil e militar que aliasse baixo custo com uma engenharia própria para o país, capaz de ligar regiões remotas e com pouca estrutura de pista de pouso.
Liderado pelo projetista francês Max Holste e supervisionado pelo engenheiro aeronáutico Ozires Silva, o projeto do novo avião era conduzido nas instalações do Centro Técnico Aeroespecial (CTA), em São José dos Campos (SP). O Bandeirante seria concluído em 1968, voando pela primeira vez em 22 de outubro do mesmo ano. A Embraer, que seria responsável pela fabricação do aeroplano, no entanto, só seria criada um ano depois, em agosto de 1969.
Naquele mesmo 1971, o Bandeirante entrava oficialmente em produção em série, tendo como primeiro cliente a própria Força Aérea Brasileira, idealizadora do projeto, que receberia o primeiro da encomenda de 80 apenas em 1973. A produção do EMB-110 foi encerrada em 1991, com 498 unidades fabricadas, sendo 253 vendidas dentro do Brasil e 245 para o exterior.
Um documentário da época conta como foi o processo de produção do EMB-110, dos desenhos ao primeiro voo. A direção é do famoso documentarista Jean Manzon e a narração é de Cid Moreira:
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