(Josiane Caitano)
Sempre ouvi horrores sobre a maternidade. Era a tia da vizinha falando das dificuldades de criar o filho sozinha. Era o pai morrendo de medo que eu engravidasse antes de terminar o ensino médio. Vê se não vai ganhar o diploma antes de iniciar a faculdade, menina, ironizava ele, relacionando o diploma com a certidão de nascimento de uma criança.
Exceto por parte da minha mãe – que teve nove filhos (isso mesmo: no-ve!) – ouvi muito drama sobre a maternidade. Era a prima falando sobre as dores do parto, a amiga da colega falando sobre o drama que foi, para ela, a amamentação. Outra pessoa falando que filho atrapalha a vida profissional da mulher.
É preciso ser forte para ser mãe. Não pelo fato da maternidade em si, pela responsabilidade, pela gravidez, pelas temidas dores do parto ou pelas noites mal dormidas. É preciso ser forte diante de tanta dramatização imposta sobre a maternidade. É preciso ser forte para não desistir de ser mãe.
Não que meu pai estivesse errado ao me orientar, não que a gravidez na adolescência seja algo perfeito. Não é a isso que me refiro. Estou falando da dramatização que é sobre isso, quando a gravidez deveria ser encarada como uma fase normal e saudável é vista como um obstáculo, um problema.
Se é nova, é porque é muito nova… Se é mais velha, é porque é muito velha… Se tem idade, mas ainda não terminou a faculdade, vai atrapalhar nos estudos… Se é tem idade, mas ainda não tem casa própria, vai ser difícil comprar um imóvel e sair do aluguel… É preciso ser forte para encarar tanta dramatização, tantas palavras que limitam, que desencorajam. Isso sim.
Gente, maternidade é algo maravilhoso. A cada dia sinto mais e mais alegria por ser mãe. Diante de tantos desafios, isso é tudo o que eu sempre quis sim. E se existia algum medo sobre isso, ele foi superado pela minha paixão pela vida, pelo amor ao novo ser que veio ao mundo dez meses atrás. É algo tão bom que não dá para explicar, só dá para sentir.