Os seus e suas

Você, ser normal do cotidiano ou influencer destes tempos artificiais, numa conversa franca e sincera, já se pegou olhando quem lhes segue se perguntando quem, de fato, são aqueles que compartilham da sua alegria e autenticidade de vida? Eu não duvido que sim, e eu também já fiz isso inúmeras vezes.

O advento das redes sociais, iniciado nos tempos do arcaico e saudoso Orkut, abriu uma espécie de panorama que moveu o conceito de amizade para “estar ou não lhe seguindo em uma rede”. Um panorama ainda mais profundo e complicado nestes dias atuais, onde para muitos o número de seguidores não mais significa verdade, mas estatística mercadológica.

Lembro, em tempos antigos, que até se apelava para as facilidades do “robozinho” para fazer posts despretensiosos estourarem em curtidas e alcances, tudo isso garantido por um sistema que priorizava o número ao engajamento, dando aquela falsa sensação de fama, status, movimentação, algo que, mais tarde, era preenchido com o mais absoluto vazio existencial da solidão fora da tela.

Esse número de seguidores em redes sociais, a busca incessante para aumentar freneticamente esta fila, é o maior falsário da verdade da relação de seres que pode haver. O número virtual aumenta e engorda os olhos (e até as contas), mas o seu lado num banco qualquer de praça é vazio, frio e insensível. Ninguém vai te ouvir, te abraçar e sentir tua aflição de verdade, apenas esperar o próximo post insignificante para… nada ou nem isto.

Como artificializamos as relações ao ponto virtual. É por isso que desligar a tela e deixar de lado a sanha de compartilhar a vida a cada minuto em um story é tão importante e tão fugaz para quem vive já preso a este costume. O mundo real é uma rede social que ninguém tem interesse de entrar, mas vive nele quase a revelia, num frio constante sem abraços de carne verdadeira e sinergia de sentimentos.

Triste… mas me esquivo disso. E felizmente, ainda sei e tenho sabido quem são “os meus e minhas”. Ainda é possível acreditar na amizade verdade sem o toque virtual. O resto? Apenas futilidades de uma dispensável vida virtual.

Mas quem acredita nisso? Você olhando esta tela? Duvido muito…

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