Você pegou Tribus para ir à algum canto do Brasil?
‘Cê sabe do que estou falando! Aqueles ônibus amarelos com pompa de nave futurista fundada na mesma cidade que dois “Carlos” – o Roberto e o Imperial – nasceram. Você lembrou agora?
Bem, se você não lembrou, em algum momento você ouviu falar da Viação Itapemirim, famosa pelos ônibus amarelos, das Rodonaves aos Tribus, fazendo frente nos estradões nacionais a gigantes como Cometa, Agua Branca, Catarinense, São Geraldo, Garcia e por ai afora.
Então, mesmo depois de um período sumida e se refazendo de crises, a tradicional empresa amarela vai voltar a explorar os céus como já fez num passado não muito distante. Não é surpresa pra muitos que acompanho aviação comercial (fascinante mundo, diria eu), e saber que uma nova empresa aérea nasce no Brasil – mesmo em meio dos desníveis de uma pandemia – causa um misto de surpresa e preocupação, ainda mais em se tratar de uma “volta”, como o caso da Itapemirim, ressurgida das cinzas.
Está para decolar o voo IPM-001, de Guarulhos (SP) à Brasília (DF). Será o primeiro voo comercial de um dos Arbus A-320 amarelos da companhia que, muitos dizem que “estreia”, mas é preferível dizer que “volta”, já que entre os anos 1990 e 2000, a Itapemirim operou voos de carga com o Boeing 727.
Apesar de ser um movimento sonhado por tempos pela empresa, como já disse antes, o mercado de aviação comercial é implacável e reage fortemente aos “sobes-e-desces” econômicos em volta. Uma empreitada dessa exige tempo e planejamento certeiros. Não se trata de comprar um punhado de jatos, meter gente dentro de qualquer forma e voar. O mundo não é tão fácil nesse setor.
Por isso, a decolagem do IPM-001 causa os mais variados frios na barriga possíveis, seja de ansiedade pela história ou preocupação (necessária) para tudo dar certo. O risco é grande, altíssimo, mas ser pessimista não ajuda, e de pessimismo a casa do saudoso Camilo Cola já cansou de encontrar pelas estradas (e não quer encontrar nos ares).
E na minha simples condição de entusiasta, só resta desejar o melhor, que realmente tenha algo mais que azul, vermelho e laranja no céu, para o bem da aviação e da história.
(P.S.: Quando o Lito, do Aviões e Músicas, vai falar sobre a Itapemirim?)