Como nascem os clássicos?
Como a magia toma forma de música?
Será mesmo que Ray Conniff era tão carrancudo que não permitia imagens de seus shows e, muito menos, de seus ensaios?
Rei do chamado “easy listening”, o saudoso maestro e arranjador tinha seus maneirismos, mas impossível duvidar que a cozinha onde ele trabalhava era um verdadeiro complexo industrial de rearranjo de grandes pérolas musicais do mundo (incluindo, veementemente, o Brasil neste bolo). Porém, sempre foi um tabu, por um tempo, ver suas atuações memoráveis em shows e na TV, e ainda mais impossível vê-lo construindo ou reescrevendo suas obras.
Na última onda de pesquisas de músicas instrumentais, cruzei novamente com o senhor gentil de cabelos brancos e recordar de um vídeo que já tinha visto anteriormente e por algumas vezes: Ray Conniff preparando a regravação de “I’ve Got You Under My Skin”, composição de Cole Porter para a voz de Frank Sinatra nos anos 1960.
Faziam dois meses da morte de Sinatra, e Ray preparava um tributo ao grande cantor. Momento de ajustar vozes e orquestra para a combinação perfeita, e tudo isso registrado em VHS direto do O’Henry Studios em Burbank, na Califórnia. De bônus, o trabalho localizado de Conniff com o coral nos ajustes de outro clássico de Sinatra: “The Lady is a Tramp”, com toda a percepção de detalhes que só aquele ouvido parecia captar.
Dê o play, o mundo parecia tão fácil em 1998… 🌻🌻