Videotape n’A Boina nº43 – (Double Special) Coisas da Infância

Dia das Crianças, tempo de voltar no passado para recordar momentos da tenra idade que nunca sairam da mente, nem mesmo na correria dos dias. Lucas e André estrelam mais um Double Special para uma ode a infância! Arquivo)
Dia das Crianças, tempo de voltar no passado para recordar momentos da tenra idade que nunca sairam da mente, nem mesmo na correria dos dias. Lucas e André estrelam mais um Double Special para uma ode a infância! Arquivo)

(Lucas “Luke” Baldin & André Bonomini)

Hello, Videotapers! Tudo de boas?

Então, quarta-feira foi Dia das Crianças (e feriado de Nossa Senhora de Aparecida). Uhull!para quem, assim como eu, não ganhou presente de dia das crianças… Bem… Dramas a parte hoje é dia de mais um Double Special do VTnB.

Junto ao chefinho André vamos contar sobre coisas marcantes das nossas infâncias. Essa é para entrar no DeLorean do tempo e reviver momentos bons do passado.

Parte 1 – Luke e suas grandes aventuras

(Lucas “Luke” Baldin)

Eis Lucas Baldin na tenra idade, disfarçado - para ninguém descobrir sua identidade - de Chapolin (Arquivo Pessoal)
Eis Lucas Baldin na tenra idade, disfarçado – para ninguém descobrir sua identidade – de Chapolin (Arquivo Pessoal)

Bem… Estou com 22 anos, vendo o mundo desabrochar num momento de tecnologia além do pensado. Tudo começa de algum lugar, certo? Eu nasci em meados da década de 1990. Os computadores ainda não eram totalmente populares, celular só veio a existir um pouquinho depois de eu ter nascido e com certeza ninguém imaginava arregaçar a vida em uma rede social on-line.

Na real, eu cresci da melhor maneira possível. Embora hoje (depois de grande) eu tenha um videogame descente, nunca senti a necessidade de fazer la birra pros meus pais pedindo um Playstation ou simulando desmaios por não ter TV por assinatura.

Quando eu era criança existia o hábito de família (e amigos que se consideravam família) se reunir na frente da TV nas tardes de domingo para, além de conversar e se entupir de cerveja barata, assistir as patacoadas (Deus que me perdoe) que desfilavam pelos programas sem-noção dos domingos. Tipo as mulheres mostrando praticamente tudo e os caras de barraca armada nos quadros pseudo-sexuais do senhor Gugu Liberato. Domiinguuuuu….. (voz do Gugu). É claro que eu adorava,não o quadro da banheira, as apresentações musicais, achava o máximo aqueles fundos que mudavam de cor, aquelas luzes e cenário. Desde aí que veio uma vontade de ser apresentador de TV.

O deleite matutino de Dr. Baldin: A infância vivida diante do descer da nava de Xuxa no seu matinal na Globo (Reprodução)
O deleite matutino de Dr. Baldin: A infância vivida diante do descer da nava de Xuxa no seu matinal na Globo (Reprodução)

Mas por falar em referência para querer estar na TV, acho que a principal foi a Xuxa e a Eliana. A Eliana foi mais quando eu era maiorzinho lá pelos meus nove anos. Mas desde que eu era nascido sempre estava na frente da televisão aos sábados de manhã para assistir ao Xuxa ParkEu ficava hipnotizado com o palco, a nave que ficava piscando ao fundo do cenário, as músicas com mensagens de falso otimismo e as brincadeiras bobinhas que tinha no programa.

Já com a Eliana era tipo assim, só que um pouco diferente. A senhora Deditos (polegares, polegares, onde estão? Melhor não responder…. Risos), era algo mais puxado pro didático e no fim da sua era dos programas infanto-juvenis algo mais passa ou repassa. Eu gostava disso. Inclusive do Passa e Repassa que chegou a reprisar (ou eram inéditos?) em 2003. Lembro de ficar tentando remontar as gincanas para eu brincar sozinho nos fins de tarde.

O Pokemon nosso de cada dia não faltava ao jovem que, nas horas vagas, brincava de estar na TV Reprodução)
O Pokemon nosso de cada dia não faltava ao jovem que, nas horas vagas, brincava de estar na TV (Reprodução)

Por falar em brincar, desde novinho tinha o costume de brincar de programa de TV. Muitas vezes sobrava para os meus bonequinhos que acabavam entrando em alguma sitcom ou programa de auditório com barraco. Como uma vez que a platéia saiu no meio da transmissão ao vivo por que a atração estava ruim demais. Sim… Coisas do Luke.

Claro que não posso esquecer do bom e velho Pokémon. Sou da época em que assistia na Record e de brinde vinha o clipe da Eliana cantando uma música sobre Pokémon. Eh laiá.

Bem, gatuxos e gatuxas da nova geração, passo o cetro para o dono de tudo isso, André.

Semana que vem eu tô de volta, Bj Bj do Luke!!!


Parte 2 – O fantástico mundo da infância

(Andre Bonomini)

A imaginação fértil de Bobby Generic, estrela de O Fantástico Mundo de Bobby e a síntese da vida infantil, cheia de curiosidades e descobertas Reprodução)
A imaginação fértil de Bobby Generic, estrela de O Fantástico Mundo de Bobby e a síntese da vida infantil, cheia de curiosidades e descobertas (Reprodução)

É como um constante viver no Fantástico Mundo de Bobby. Não é exagero não, o pequenino personagem criado pelo humorista Howie Mandel nos early 90’s – e que era um dos desenhos favoritos deste jornalista – é sem dúvida a síntese perfeita de como é ser criança, de imaginar as coisas que os adultos sabem como é e nós, na nossa tenra inocência, ficamos tentando advinha ou disparamos aos outros com o clássico “por que” a frente de cada questão.

Dr. Lucas Baldin, meu mais fiel servidor d’A BOINA me deu uma tarefa difícil, mas não menos especial. Especial porque recordar a infância nesta altura da vida dá aquela nostalgia doida de sempre, ainda mais para quem gosta de história. Difícil porque ela não caberia num post apenas. Mas vai ter que caber, então como diz o velho da roça, soca um pouco que cabe mais.

Permitam-me me apresentar, aos cinco anos de vida Arquivo Pessoal)
Permitam-me me apresentar, aos cinco anos de vida (Arquivo Pessoal)

Essencialmente, sendo filho único (tendo uma irmã/anjo da guarda ao meu lado sempre) você tem que ter ao seu lado uma importante aliada para se divertir: A imaginação. Brincar é uma das atividades que mais edifica uma criança e disso não posso reclamar. Qualquer lugar que eu fosse, qualquer experiencia que vivia, qualquer história que ouvia era pretexto para diversão. Entre carrinhos, construindo cidades com caixas de sapato e capas de fitas cassete, jogando bola na sala ou no apertado quintal, não importa. Nestes momentos todos era hora de jogar para fora a curiosidade de como o mundo funcionava, como as coisas funcionavam ao meu redor. Claro, tudo isso na singela interpretação de uma criança.

Não posso reclamar que era criativo ao extremo para brincadeiras. A paixão por carros (que tenho até hoje) nasceu cedo. Vindo de uma família de taxistas e motoristas seria estranho não andar ao redor de casa fingindo dirigir, brincando de carrinho tresloucadamente e fazendo aquele esparrama na sala com as bugigangas. Fora as vezes que brincava de motorista de ônibus, inventando até trajetos para os itinerários que seguiram a composição das linhas de Blumenau. E detalhe: Tudo isso dentro do quintal! Não é a toa que transporte coletivo, até hoje, é um dos assuntos que mais gosto de conversar como jornalista.

Brincar com os primos era uma das minhas poucas horas de brincadeira em companhia de outras crianças. Dai mesmo que a coisa corria solta. Só de esconde-esconde mesmo eramos quase como mestres. Qualquer bom lugar a noite com bons esconderijos davam brincadeiras alucinantes. E não era só isso, se eu enumerar aqui todas as brincadeiras que fazíamos vamos o resto da semana falando delas. Uma mais inesquecível que a outra.

Infância agitada a minha, nos meus modos, claro. Se hoje sou meio maluco, esse processo começou ainda quando pequeno, e disso não tenho dúvida. A música tem uma grande parcela nesta alegria de vida. Diferente do camarada Baldin, a dona Maria das Graças – a.k.a Xuxa – não era a minha rainha. Este posto era orgulhosamente ocupado pela dama Eliana, cujo programa matinal no SBT era parada obrigatória para bons desenhos e canções. Acredite, até o dito disco Os Dedinhos estava em minha discoteca, e era muito ouvido. Muito mesmo! Não é mentira nenhuma deste jornalista.

Que mudança... Dos embalos da bela loura Eliana e suas canções infantis...
Que mudança… Dos embalos da sempre bela loura Eliana e suas canções infantis inesquecíveis…
…para as letras fortes e enigmáticas de Raul Seixas. E tudo isso na flor da infância, aprendendo a ouvir música desde cedo Reprodução)

Em se falando de música, devo de dizer que se hoje tenho um vicio incurável em melodias isto começou também na criancice. Minha mãe costumava ouvir discos quase todas as noites. Não é mentira alguma quando digo que Raul Seixas me ensinou a ouvir música. Claro, mamãe havia ganhou um LP coletânea do Maluco Beleza, e todo sábado e quase toda noite lá ele rodava, encantando com cada palavra, mesmo que eu não entendesse nada da sua mensagem. Qualquer cidadão do politicamente correto pode achar assombroso mas sim, cresci ouvindo Raulzito e não me arrependo.

Como disse acima, a infância é um fantástico mundo, onde tudo é descoberta, aprendizado, diversão e experiências inesquecíveis. No dia a dia, no natal tão brilhante que era, nas festas e outros tantos momentos, a vida tinha arco-iris, sorrisos, risadas e esperanças de um futuro igualmente alegre. Se não o é para tanta gente hoje, talvez faltou uma infância mais feliz. E não minta, a alegria sincera e o brilho inocente num grande momento da vida nasce, justamente, na infância.

Para selar este mais que especial Dia da Criança no VTnaB, permita-me terminar com um baita som infantil do passado. Da maior banda infantil que já pisou neste país e que, cada vez que escuto é impossível controlar o arrepio, tamanha a nostalgia que corre neste momento (e para tantos da minha idade e até mais velhos).

Composição da super dupla Michael Sullivan / Paulo Massadas, na voz inigualável do Trem da AlegriaHe-Man:

Luke e André, André e Luke para A BOINA encerrando a transmissão. Até Mais!

1 comentário em “Videotape n’A Boina nº43 – (Double Special) Coisas da Infância”

  1. André e Luke
    Parabéns pelas criancices.
    Muito bacana lembra de nossa infãncia e com certeza vai ficar por toda nossa existência.
    Belas lembranças e passando pelas múcicas do Maluco beleza.
    Adalberto Day cientista social e pesquisador da história.

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