Ricardo Salles não é mais ministro do meio-ambiente… ok, então.
Mas se isso lhe parece sinal de “agora vai melhorar”, não, não vai.
Diante de quem comanda qualquer setor que envolva o meio-ambiente nesta gestão está um eterno desafio de conciliar sustentabilidade, respeito, preservação e desenvolvimento. O que existe, de fato, é apenas o último parâmetro: e da forma mais cruel e covarde que se imagine.
Salles não deixa a mínima falta. Atitudes desastrosas, ações entre um peso e várias medidas pendendo para o lado ruralista – atrasado e acéfalo diante das demandas atuais – e para a contramão de um mundo que evolui, marcas que não saem com a saída do cidadão da boiada. O próximo a entrar na sala deixada por ele, de certo, seguirá os mesmos protocolos, o mesmo modus-operandi, passará a mesma boiada.
É um desastre em cima de outro em vários setores, mas em se falando de natureza, sustentabilidade e respeito a questão agrária e aos indígenas, não espere que os prognósticos sofram uma boa virada de mesa. A arte de trocar o ruim pelo “tão ruim quanto” ou “pior” é praxe de um governo atrasado e cerceador da racionalidade, tão ausente no nosso cantinho verde.
Que fique claro: não é ser “ecochato”, é ser consciente, um pecado no Brasil de hoje, diga-se.
É fato consumado: Salles saiu sem deixar saudade, mas deixando a dura certeza de que nada de nada vai avançar. Mazelas, mazelas, mazelas…