Enquanto o corre da semana ia se indo, A BOINA observava de longe a chegada, um tanto fria no ar, da Jovem Pan em Blumenau. Era assim, sem grandes formalidades, numa pura mudança de chave fria e distante da história, que mais de seis décadas de Nereu Ramos silenciaram-se para dar lugar ao que julga-se moderno.
Não estou aqui para condenar decisões superiores que refletem as tendências de mercado. Há algum tempo comentei por aqui as questões que levam a modernidade do rádio por estas terras, mas em alguns casos, os caminhos tomados deixam uma certa dúvida no ar: era o correto? Será que não foi a falta de alguma coisa a mais – na produção, no comercial – que poderia manter a Nereu em um rumo solo e forte?
Nunca saberemos ao certo. Certo é que, do alto do movimento tomado, a Nereu Ramos guarda-se agora em um pedaço de história do radio blumenauense. Criadora de grandes nomes, casa de momentos inesquecíveis da cidade e região que aprendeu, majoritariamente nos 760, desenvolver o senso crítico, dar vazão as necessidades comunitárias, informar-se, basicamente, na raiz de todo o processo.
Se foi o caminho certo, uma revolução acertada em busca de outros públicos e rumos, só mesmo tempo e as ondas dos 88.7 para dizer o certo e o errado da questão. Sentir a ausência é só questão de tempo até os acordes noticiosos se transformarem, completamente, em algo diferente e que merece apreciação.
Estamos ouvindo! Sorte e boas vindas a Jovem Pan. a casa (agora) é sua