Quando olho pra trás
O verão parecia que iria durar para sempre
E se eu tivesse escolha
Com certeza estaria lá
Aqueles foram os melhores dias da minha vida
Talvez, pelo nostalgismos da data, eu estaria exagerando em afirmar, ipsis literis, o que o refrão poderoso de “Summer of 69” de Bryan Adams estava dizendo. Seriam eles os, de fato, melhores dias da minha vida?
Unanimidade não, mas reverencia sim. Desde a primeira pergunta sobre “morar sozinho”, numa cidade ainda desconhecida, sem pai e nem mãe para dar o aporte, tudo foi meio em pensamento rápido, o famoso “não tenho nada a perder” numa virada de mesa da vida, algo necessário, vamos nós conver.
E quando eu e tantas outras cabeças nos vimos, estávamos diante de uma aventura sem precedentes em volta de nós. Timbó, a amada Pérola do Vale, pacata em seus quase 40 mil habitantes, mente moderninha e poesia por si só não estava preparada, nem nós que, numa madrugada de 11 de julho tateamos o desconhecido de uma web rádio. Éramos alguns seres sonolentos dando asas a um desafio constante do tradicional contra a novidade, e deu certo (por incrível que pareça).
A aventura da Rádio Página 2, ou simplesmente PG2 é uma daquelas páginas de vida que transcendem as lições da profissão, base do que faço hoje na União FM e em qualquer lugar que for. O lado que digo “transcendental” é o de vida em si: a quebra de “padrões”, as verdadeiras amizades que nasceram (e sobrevivem até hoje), as descobertas, o amor intenso, tudo e mais um pouco que podia acontecer entre as quatro paredes daquele lugar.
E não falo isso com peso de algo que acabou. Meu momento por lá sim, como todo ciclo que abre e fecha, a PG2 segue na sua proposta de ser diferente do universo que a cerca e a incentivo muito por isto. No entanto, fica no ar a cada 11 de julho que me aparece apenas a gratidão por um momento de vida capital, por tantos amigos que me rodeiam, pelas lições e, claro, por saber que tanto foi aprendido em tempos tão ingênuos e sonhadores.
Sim, talvez as aventuras daqueles dias me digam, sem medo de errar, que “aqueles foram os melhores dias da minha vida”, de tantos mais que virão…