(Lucas “Luke” Baldin)
Hello, Videotapers! Tudo bem com vocês?
Mais um finde, finde de páscoa, e eu aqui entretendo vocês. Mereço um abraço bem apertado, não? Enfim. Hoje vou devanear mais uma vez. Dessa vez não sobre produtos de TV, cinema ou música. Mas sobre a vida.
Não, não tomei um porre de vinho outra vez. Mas estou pensativo (por culpa da cafeína)…. E a questão hoje é: As coisas estão mudando rápido de mais ou sou eu que estou ficando velho antes da hora?
Parece que foi ontem que eu estava com 17 anos sentado dentro do ônibus que fazia o caminho mais demorado possível pra ir pra casa de volta do estágio que eu fazia depois da aula. Com a camiseta de uniforme do colégio e com meu telefone (que nem era smartphone ainda) eu ouvia minhas músicas, que até hoje são minhas favoritas, enquanto eu pensava na minha paquerite.
Parece que foi ontem que eu chegava na escola almejando ser o menino mais popular, quando na verdade eu era mas não sabia. Parece que foi ontem mas não. Isso fazem seis anos. Muita coisa! E eu realmente não me toquei de que a música Pop que eu ouvia quando eu era mais novo não é a mesma do que os adolescentes de hoje. E eu não me toquei que camisas xadrez entraram e saíram de moda nesse tempo que eu fui crescendo.
Eu olho pra molecada de agora com minha mentalidade adulta e por alguns instantes eu esqueço que eu já fui barulhento assim, que já me estressei por causa do trabalho de geografia uma vez e que eu já pensei que tomar um fora era a morte declarada uma vez. Mas tudo está cada vez mais diferente.
Quando eu era mais novo não tinha tanta força esses mensageiros de telefone. Se eu queria fofocar ou bisbilhotar a vida alheia eu teria que esperar chegar em casa pra chegar no meu computador. E nem tinha Facebook (com essa força monstruosa), Instagram, Snapchat e mais essa c*ralhada de aplicativos. Era Orkut, Twitter e mais alguns.
Os adolescentes de hoje estão cada vez mais precoces. Cada vez mesmo. Eles estão cada vez mais alienados e rodeados de um mimimi que não contagiou só eles mas os adultos também. Nossos jovens estão cada vez mais rodeados de informação e sem ser bem instruídos de como usa-las. Claro que vejo uma parte dessa nova geração preocupada em fazer a diferença.
O que mais me assusta é saber que as minhas referências não são as mesmas que as deles. Por exemplo, eles veem a Lady Gaga como a doida – doida é uma expressão que os gaúchos usam pra se referir a alguém, não quer dizer que ela realmente seja doida, é uma expressão – que mudou trocentas vezes de gênero musical. Mas eu via ela com 16, 17 anos como a cantora que reinventou o pop trazendo arranjos eletrônicos de uma maneira nunca vista até então, e que chocou a mídia dizendo ter um piupiu e uma periquita.
Defina o fenômeno que me atinge:
A. Estou envelhecendo muito rápido
B. Estou viajando na batatinha
C. Sou de outro planeta
Ou podemos apenas concluir que eu estou me dando conta que o tempo passou e que nada permanece igual. Se eu já estou assim a caminho dos 23 imagina quando eu chegar nos 33 ou nos 53! Cassetada! É meio difícil de imaginar. Eu provavelmente vou concordar com as minhas palavras de agora.
Mas é assim mesmo, amigos. Temos que aceitar que o tempo passa e que os momentos da nossa vida também. Quem sabe os jovens das próximas gerações vão poder expressar as essências deles sem tanta repressão religiosa e moral. Talvez as coisas que ninguém dá bola hoje venham a se tornar clássicos. Já pensou?
Bem, mas é assim mesmo. Eu vou ficar por aqui e acabar de curtir meu momento pensativo.
Um abração pra vocês! Até mais! Luke para A BOINA encerrando a transmissão.