Uma era geólogo, o outro era publicitário
Um era o louco, o outro mais centrado
Uma era carioca, o outro era paulista
E mesmo não tendo sido afortunado de nascer naquele tempo do rádio brasileiro, eu ouvi a ambos.
Eu nao tenho a loucura de um, mas sei que posso cativar a quem me ouve através da mensagem dita profundamente.
Eu amo navegar pelas nuances da musica como o carioca, mas não sou um bom negociador como o paulista.
Um morreu antes, o outro depois de mim.
Um era o Newton que perdeu o nome para uma alcunha gigante.
O outro era o Hélio que agigantou seu nome.
Talvez aqui esteja escrita a perfeita mistura que faz o rádio ter seu clima de loucura, ao mesmo tempo que não dispensa seu lado poesia, lado mensagem, lado romance, lado crítica.
Eles são o que insiro na mente como inspiração. Não para copiar estilos, pois a autenticidade é regra nesse mundo, mas para ler e reler suas obras. Mensagens ditas, gritos e exaltações, conhecimento puro e aplicado.
Que me desculpem os colegas aqui do cercado, mas é preciso sair da caixinha, fazer o rádio ser, verdadeiramente, esse elo entre comunicação e ouvinte que transcende as ondas e as máquinas, as contas comerciais e as laudas.
Pela música, pela mensagem, isso é o puro rádio, como fizeram Hélio e Newton, o senhor e o jovem, a voz e o agito, o rádio sendo rádio.
Gratidão a chance de conhecer vocês, pela voz, musica, mensagem. Isto é história, isto é modus-operandi para ser diferente no mundo dos iguais.
Puro rádio.