“O sabor e a diversão do Rock dos anos 60 com um toque Disco”
Uma noite fictícia da música completa, este mês, 60 anos! E posso garantir que ela existiu e é marca de um dos grandes nomes da música internacional, o típico cidadão ítalo-americano que enveredou pela arte e soube envelhecer bem com seus sucessos: Frankie Valli.
Francesco Stephen Castelluccio, garoto de Nova Jersey que transformou seu falsete em um dos mais icônicos do som, vai virar no próximo ano 90 primaveras. Nunca perdeu a classe nem mesmo nos momentos mais tenebrosos pós a formação original do Four Seasons, expoente sessentista capaz de rivalizar com a invasão britânica combinando o Pop da época ao Soul e a um doo-wop característico.
Com o Four Seasons, foi responsável por imortalizar clássicos cantados a exaustão naqueles idos: “Sherry“, “Walk Like a Man“, “Big Girls Don’t Cry”, “Rag Doll“, a releitura de “I’ve Got You Under My Skin” e, claro, a apoteótica “Can’t Take My Eyes of You“, gravada esta nos finalmentes da primeira formação do quarteto mas tornada a tabua de salvação de um tempo de dívidas para o grupo.
Percorrendo os anos 1970, Frankie continuava lançando sucessos pontualmente, seja solo ou junto da nova trupe do Four Seasons que, do grupo original, só trazia consigo o tecladista e produtor Bob Gaudio, e seria ele o inspirador para um dos grandes sons de 1975, aquele que faria as mentes dos ouvintes voltarem a uma trivial noite de 1963 e a um flerte de um jovem e uma garota.
Lançada como Lado A do single que continha ainda a fantástica “Who Loves You“, “December 1963 (Oh What a Night!)” era para ser, inicialmente, inspirada na abolição da lei seca americana, ocorrida em 5 de dezembro de 1933, mas o próprio Valli alterou a origem do som inspirando-se, justamente, numa historinha de amor de Gaudio. Estava armado o palco e o veterano cantor ainda contaria com o vocal principal do excepcional baterista Gerry Polci e o falsete de Don Ciccone, o baixista.
O resultado não poderia ser mais delicioso de se ouvir: um tema contagiante definido, justamente, pela frase que abre este relato e certeiramente assinalada pela Billboard na época. Era uma volta moderna (considerando 1975) a inocência de um amor no início dos anos 1960, permeada por sintetizadores, baixo bem marcado, grandes solos de guitarra e a bateria de Polci: marcada, firme e tão segura quanto o vocal do músico, principal voz da banda na canção.
E a história de amor inocente (a melhor que há, admito como poeta que sou) nascida no final de ano de seis décadas atrás continua sendo uma das mais marcantes melodias de uma das mais bem sucedidas aventuras musicais de todos os tempos. Frankie Valli segue firme, em turnê e com uma saúde irrepreensível em cima do palco, comandando o show e chamando os colegas e o público para repetir os “duru-durus” da icônica melodia que só fez continuar com a marca registrada do embalo e elegância de seu vocal.
E sempre que conveniente, sobretudo neste período final de ano, vale a pena demais voltar a dezembro de 1963 em canção… Oh, What a Night!