Talvez, numa mente sã, eu deveria estar surpreso com uma visível apologia ao nefasto pensamento de Hitler bem no nosso quintal. No entanto, em tempos onde o império da ignorância permite achar o “mal” como o “lado certo” da história, não é um susto tão grande a recente descoberta de uma loja virtual em Timbó que vende artigos relacionados ao nazismo, noticiada fartamente nos últimos dias.
Num dos tópicos desta coluna, o nobre Daniel Koepsel já nos recorda das mazelas da educação e a facilidade com que cultos e difusões de ideologias sabidamente equivocadas e ultrarradicais tem ganhado em nosso meio em troca do conhecimento de todo dia.
Também é mais do que sabido que elementos nazistas, infelizmente, são parte de um passado que o Vale já devia ter esquecido, restringido apenas aos conhecimentos de livros de histórias sobre os fatos verdadeiramente conhecidos, como a presença da suástica entre nossos antepassados.
Não faltaram denuncias sobre esta atividade e a ação do MP é tardia, vale salientar. No entanto, ela veio, e o aviso continua claro para quem ainda cultura a história pelo lado torpe: apologia ao nazismo, por mais “inocente” que pareça, é crime e não merece sair de sua insignificância didática necessária de dizer e repetir onde for: o radicalismo de direita não tem outro lugar na construção social senão dentro de um compêndio que o diga e repita, de vez, as futuras gerações.