Rádio: A nostalgia irritante

Na boa, meu sangue chegou no topo da cuca com estas manifestações sem sentido de que “o rádio de Blumenau acabou”. A gente não quer ferver, mas tem coisas que irritam mais que um áudio estourado, um microfone com problema ou um disparo de rede falhado.

Por estes dias, tenho ouvido esta constante quase como um mantra: “o rádio de Blumenau autêntico não existe mais”, “estamos vendidos as redes”, “nossa qualidade está refém do que vem de fora”, “os gaúchos mandam” (essa é dura). Sério isso? Sério que tudo que João Medeiros começou acabou sem deixar vestígio?

Gente, vamos parar de dar murro em ponta de faca. Já falei aqui que a modernização é necessária e, por vezes, ela passa pela entrada em uma rede. É necessário, no entanto, que o conglomerado de rede entenda as particularidades locais de cada emissora e assim as respeite e incentive. E não digo isso como funcionário da União FM, mas como amante do meio e que ainda está conhecendo seus meandros.

Porém, é preciso ser incisivo no que se diz: os que choram pitangas e falam da morte do nosso rádio são, na sua maioria, ou ouvintes cuja preguiça e “temor do novo” não permitem a transmissão de interação e conhecimento pelas ondas do rádio por entrevista ou outro meio ou – pior! – de alguns profissionais do passado que “vendiam” seu espaço por permutas baratas ou preços baixíssimos, quebrando emissoras e acomodando-se em louros fugazes de audiências efêmeras.

O rádio muda, é um constante ciclo de adaptações, novas ideias e fórmulas para chegar junto do ouvinte na eterna roda de companhia que vem desde os tempos de Marconi. Alguns movimentos podem doer, mas sabendo respeitar a localidade e identificação, não há mal em juntar mãos e fazer um rádio ainda mais forte apesar das dificuldades e incompreensões.

Enfim, segue em frente… A paciência foi pro brejo, bora fazer rádio que se ganha mais. 🌻🌻

Deixe uma resposta