Eu não me lembro de ter visto, nesta minha vivência na música, um baterista com tamanho reflexo e energia quanto foi ele que era, dos bateras, o favorito do Rei do Rock do fim dos anos 1960 até sua morte. Ronnie, ou simplesmente “Ron” Tutt era este cara, e só ele talvez seria capaz de fazer atrás dos tons o que Elvis Presley queria em cima de megaestruturas e diante de um público extasiado.
Ron é um grande, talvez um tanto apagado por estar sob a boa sombra das capas de Elvis. Ademais, no começo o cidadão barbado não era lá tão ligado na trajetória do futuro chefe, mas a coisa mudou de figura lá por 1969, quando ele juntou-se a TCB Band (Taking Care of Business), montada pelo imortal James Burton para acompanhar o Rei como ele merecia: com a mesma energia e calibre que suas canções pediam.
Não só Elvis viu sua energia na bateria, gente como Johnny Cash, Glen Campbell, Kenny Rogers, Elvis Costello e Michael McDonald também beberam desta fonte rítmica com gosto. Tutt aliava uma energia pura a uma capacidade de transmitir sua identidade em cada musica para qual emprestava seu talento: batida firme, carregada de agilidade no momento das viradas, cabelos voando e determinando o passo, por vezes, pelo próprio reflexo, como foi na série de concertos “Elvis Lives”, junto da banda de James Burton e de outros mil grandes talentos em voz e melodia.
Ronnie Tutt deixa um espaço indelével na musica mundial. A bateria não será mais a mesma sem a agilidade e marcação única de sua energia. Feliz foi o Rei, que bebeu deste manancial e fez suas ultimas batidas em vida saírem da batera de Ron.
Godbless.🌻🌻