Biafra parecia traduzir os sonhos de Ícaro, querendo ganhar na teimosia os ventos mais altos da vida. E parece nosso caminho em tendência quando falamos em outros horizontes.
Ninguém chega a eles parado, olhando de binóculo. Você levanta voo, deixa a brisa moldar as suas asas e parte pra longe, prometendo voltar de uma aventura ou fixar raízes em uma nova morada.
Horizontes, como nós os rompemos? A gente fica nervoso quando dá o passo e resolve buscar outro rincão para preencher as retinas. Sensação estranha, você deveria estar feliz, pulando efusivamente com uma passagem aérea nas mãos, e você está!
Mas assim, você pega uma passagem na mão, tem um avião na pista te esperando em uma data marcada para te levar pro céu, em um ponto que você só ouvia falar em sonho adolescente, vendo pela TV e ouvindo mais do lado “bacia de sangue” do que de toda a fleuma e história que cada esquina lá guarda.
A ficha não cai, você se determinou a dar passos sozinho, e em meio ao grito da vitória vem o silêncio da ansiedade. Uma ansiedade agitada, incrédula, febril e emocionante. Lacrimejam os olhos.
São os processos da vida e suas vontades tomando forma na identidade de mundo que você mesmo cria para si. A independência, a liberdade, o movimento do descobridor dos além-mar de outros tempos que troca as caravelas por um pássaro compósito alimentado a querosene.
Ouvi da dama, tempos atrás, sobre a independência verdadeira. E quando ela vem, dentro do processo que levas a cabo, não é possível controlar a alegria, emoção e redemoinhos mentais que vem ao mesmo tempo. Cê está rompendo paradigmas de vida de seus pais, olhando o mundo por cima do cercado do seu lar.
Eu vou voar. Tão longe ainda está, mas logo chega. A terra da garoa não pareceu-me tão perto, depois dos tantos amigos que lá fiz nos tempos de conexões virtuais e imaginação fértil. Queria tanto que eles soubessem tanto quanto o capivara e o tour que programamos: Heax, Carol (Anne), Allan, todos…
É um passo para o homem quando ele decide sair de seu cercado mental e explorar esse globo, em mar e terra, agregar experiências que seus antepassados jamais imaginaram ter para si, as vezes preso a esse lado negro de tudo: do voar, do conhecer, do crime que soa onipresente, acima de qualquer deslumbre com o diferente de seu lar.
É, eu ainda estou processando, imerso na minha felicidade com o novo que se aproxima. Muito mais que o “turista do sul”, são amigos que pedem abraços feitos de carne e coração, são olhos e mente que pedem sensações novas e visões novas do que só era conhecido em tubos de imagem e páginas de jornais.
Agora acho que entendo as reações de Panda e Lito quando falam de voar. Para eles, é mais um, para mim é o primeiro (de muitos, por favor). O mundo é muito mais do que o cercado de nossa mente, e ele pede que olhemos para cima do V2 da decolagem.
Voar voar, subir subir… é preciso, eu vou.
Uau que texto inspirador e cheio de mistérios !!
Voa querido ! Voa!
O mundo é muito mais do que podemos imaginar!
Boa Sorte sempre !!!!