Daniel Araújo de Abreu, oito anos em véspera de completar nove, acompanhado pelo pai e com aquela feição de curiosidade pelo momento. A primeira criança vacinada contra a Covid-19 em Blumenau.
A Policlínica é o ponto de convergência da incerteza em proteção, embora as primeiras olhadas vistas são de gente incrédula, agarrada piamente a desinformação mascaradas de política. Isto se contarmos o cenário de agressividade mental propagado pelos “paladinos da moral e bons costumes”, os mesmos que vomitam humanidade sacudindo bandeiras carcomidas da eleição passada aos gritos de “mito”.
Você pensa que não mistura política, mas infelizmente é um grito rebelde que priva muitas crianças da chance de terem liberdade e proteção em nome da mentira. E por trás disto, o aparato federal disposto a gritar, com todas as forças, que os que pensam no coletivo e nos pequenos são os “errados”, as vítimas da marca de um anticristo que vive nas mentes de tais asseclas.
Não é preciso entrar em detalhes das situações passadas que envolvem a vacinação e seus descaminhos mesmo enquanto o país atinge índices de imunização tão bons que se estranham. A sombra dos antivacina vomitando seus brados fanáticos na Europa e nos EUA, os rebeldes daqui travestem-se, por muita vezes, dos próprios pais, considerando colocar o pensamento ideológico a frente da proteção dos próprios filhos, como eles mesmo foram “vitimas” quando pequenos.
Lá nos tempos dos militares, de que se profanam toda a a sorte em falácias de “tempo bom”, vacina era obrigação. Não ter vacina era não ter matrícula e, por lá, ouviam-se os estalares das pistolas nos postos de saúde. Erradicar doenças era ponto de honra e carteirinha de saúde recheada de vacinas aplicadas era mais importante do que a bíblia e o celular de hoje em dia.
Coisas esquecidas, notadamente, diante do “medo do comunismo” travestido de privação da imunidade e da proteção maior. Crianças sorriem aos aplicares das vacinas, para desespero dos negacionistas. A imunização segue seu curso e ela é a saída, a solução e o caminho para se enfrentar a sombra da Covid-19. Tão simples, tão fácil e tão detestada, fiel da balança entre a alegria da criança e a raiva de quem a nega.
Assim sendo, procure os postos de vacinação. Guarde a confusão das coisas de lado e pense em você e nos seus. Desinformação e raiva se combatem com segurança, com vacina no braço e incentivo a todos em volta.
Crianças, a vez é de vocês. A vacina, já! 🌻🌻