Profa. Risia

Essa foto foi numa das minhas últimas idas como convidado ao jantar de confraternização dos professores da EEB Padre José Maurício, escola que defendi e dei os primeiros passos no conhecimento.

Ouvi pelas esquinas de tempos passados que essa coisa de ser “amigo de professor” é algo para os ditos “CDF”, quase soando como um puxa-saquismo em busca de ser o “favorito”. E não foi uma ou duas vezes, foram várias, como a repetição de um crime que cometia no passar dos anos e professores que tive.

E lembrando disso, recordei da Risia. Era uma das mais queridas que tive o prazer de ter como professora nessa caminhada. Em tempos onde aprender História (disciplina que mais gostava) podia soar um sonífero, a gente ainda encontrava algum agito nas aulas dela. Das dinâmicas de aula à aquelas invariáveis conversas entre ela e mais três ou quatro ao redor da mesa dela, sobre qualquer coisa, até mesmo uma simultânea “troca de sarros” para descontrair.

Risia, e tantos outros… construtores teimosos de alicerces da vida de muita gente. Descreditados por modismos e ignorâncias de pais, desvalorizados por um sistema cruel com o ensino e, ainda assim, fieis ao propósito de manter-se firmes na missão dada pelo magistério. Ensinar é um desafio num Brasil tão perdido e mal-educado social e culturalmente. E ofensa, por vezes, não é apenas saber e conhecer, mas valorizar quem transmite isso como missão de vida.

Ouvi de tantos as palavras duras contra Risia, contra ela e tantos outros. Talvez algum merecesse como aqueles que desonram o avental de cada professor(a), mas a acachapante maioria só deseja algo bem maior do que a estabilidade pessoal e financeira tão negada: que algum aluno ou aluna de outro tempo olhe para trás e aponte o dedo com carinho: “aquele que me proporcionou muita coisa! Obrigado, mestre!”

A vida continua e eu, ao meu redor, tenho mil amigos que merecem esse abraço, justificando a velha frase do clássico de Lulu e Sidney Poitier: “Ao mestre, com carinho”.

E a Risia? Hoje dirige a escola de meu passado. E sei bem: se eu aparecer por lá, um abraço e uma prosa de ontem e de hoje nunca faltam…

Gratidão, Risia!
Gratidão, professor!

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