É notável que nós, quando ainda estamos aprendendo o que é o mundo a nossa volta, uma das tantas lições que nossos pais devem (ou deveriam) deixar é a de ser responsável. Muito longe daquilo que dizia aquela frase batida d’O Pequeno Príncipe, a responsabilidade parte de qualquer prática que nós temos, ações que executamos e que, certas ou erradas, saíram de nossa mente e realização.
Ai de se falar, firmemente, de que independente do que você faça, você é responsável, e talvez assumir erros e descaminhos, por mais doloridos que sejam, é parte de um crescimento da própria maturidade e responsabilidade que você desenvolve. É fácil sorrir quando você faz algo bom, mas e quando erra ou vai contra preceitos básicos ou leis, você assume que errou também?
Nos últimos movimentos políticos deste país sem freio, assistir a chuva de evidências e provas de um golpe articulado para repetir o mesmo erro de cinco décadas atrás com o país é o que há para colocarmos este ponto sobre responsabilidade na linha.
Os autores, se lá atrás eram orgulhosos do plano engenhoso que montaram, hoje escondem-se entre advogados bem pagos e narrativas falaciosas que mostram o simples: não são homens de fato, não assumem descaminhos e consequências.
E pior, tentando desviar dos olhos as provas e investigações com falas dignas da “trupe da lacração”, provocam a maior onda de contradições das próprias ações. Em linhas gerais, as provas dizem sim contundentemente, mas a boca e o acovardamento causado pelo revelar de tudo torna pilhas de documentos, arquivos e evidências mera “criatividade”, quando não o é.
A politica tem ensinado, justamente, qual exemplo não seguir na vida como um todo, sobretudo quando entra em cena a responsabilidade dos atos. Você fez, você é o responsável, você é o dono da ação e é você que tem que se explicar, independentemente se foi um bom ato ou um ato cruel e nefasto, e neste último, arque como um ser humano maduro com as consequências e punições que este o trará.
É simples e tão difícil para os ditos “cidadãos de bem” que vemos em volta.
Responsabilidade não é algo que se dispensa como um bem descartável, está impressa em você e você que deve arcar com o que fez. E em certos casos, claro, perdoar e admitir o erro é o ato mais nobre possível de um ser humano realmente consciente. Mas em casos onde a vida, a liberdade real e a democracia estão em jogo, a punição deve ser justa e sem choros e velas acesas. O simples “fez, então pague!”.
Como somos mais maduros do que tantos cujo poder revela as verdadeiras personalidades. Talvez seja por isso que a simplicidade e a humildade nos permitem desenvolver nosso melhor, especialidade o ato de ser responsável.
Maturidade começa assim, entre erros e acertos e responsabilidade é um ato maduro, para o bem ou o mal e suas consequências.
O resto? É falácia de medroso que, revelado, corre para a saia de alguém. Responsabilidade sim, infantilidade nunca.