Som n’A BOINA #43: I Still Have Faith in You / Don’t Shut Me Down (ABBA)

Que me perdoem os deuses da musica, mas (felizmente) eu mordi minha língua!

E confesso mesmo, mordi a língua sorrindo, com aquele sorriso feito apoteose de um momento glorioso, basilar e único da musica. Por isso que se pedem DUAS MUSICAS em vez de uma só. É um momento da nossa juventude, da nossa geração que gerações passadas viveram em anos como 1974, 1976, 1977, 1981 e por ai afora…

Quando você ouvia falar de ABBA, era impossível não ligar os anos 1970 com as musicas que o quarteto mais nobre do pop fazia. Mas o sonho acabou em 1982, depois de tempos desgastantes de pós-amor. O hiato foi se prolongando… 10, 20, 30, 40 longos anos sem alguém poder imaginar que, um dia, veríamos as vozes de Agnetha, Benny, Bjorn e Anni-Frid cantando juntas em algo novo.

De repente, depois de tantas promessas que viraram uma piada-pronta, eis que a dupla de compositores suecos se encontra com o duo feminino para voltar a fazer história. E quem discordar que é o acontecimento maior da musica em 2021, ou que “ahhh, a época deles se foi” que morda a língua agora: o ABBA está de volta, pelo menos para nossos tempos e com a mesma forma vocal e melódica que arrebatou o mundo nos anos dourados.

Quanto ao show holográfico – cuja tecnologia para tanto é poderosíssima – vou deixar para que as novidades cheguem aos poucos. O que cabe falar é dos dois singles que quebraram esta barreira de quatro décadas: “I Still Have Faith in You” é mais introspectiva e dá o tom da emoção da volta do quarteto. A voz de Anni-Frid sempre soou com esse tipo de apoteose mas sensível, mas profunda, quase um congraçamento melódico.

Agora… admito que a minha favorita é “Don’ Shut Me Down”. Ela é a típica representante do arranjo marcante do ABBA ao longo dos anos, notadamente sob o comando vocal de Agnetha. Ela também tem esse tom apoteótico, mas convida a nos recordar, em suas notas, de embalos levados na mesma cadencia, como “If It Wasn’t For The Nights” e a própria “Dancing Queen”.

E não demorou muito, praticamente no mesmo dia, os DJs de plantão do YouTube já a transformaram em um “extended play” de seis minutos. Pra ver o tamanho, a magnitude do momento vivido. E estas são apenas as duas primeiras páginas do novo momento do ABBA, que culmina com a turnê holográfica e o futuro “Voyage”, o novo disco que está a caminho e nos promete outras surpresas até novembro.

Mas, tirando tudo isso, nada esconde a emoção de, depois de anos de perguntas, olhar para os amigos que gostam de musica e dizer que a legendária quadra do pop recolocou a Suécia no mapa com estilo e provou que ABBA é como vinho: só fica melhor a cada ano… mesmo que se passem 40 anos.

Ouve, ouve só… é ABBA, podes me crer, eles voltaram com tudo. Está ai e é real! 🌻🌻

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