Som n’A BOINA #42: Chimes of Freedom (The Byrds)

Cintilando pelos guerreiros, cuja força está em não lutar
Cintilando pelos refugiados em seu caminho indefeso de fuga
E para cada soldado, oprimido naquela noite
Olhamos, maravilhados, o cintilar dos sinos da liberdade.

Ah, Dylan! Se você ainda me olha e pergunta pra mim por que que ele ganhou um Nobel de Literatura quando outros tantos mereciam, te jogo essa letra (e tantas outras) na cara. Poesia pura, realidade aumentada diante dos olhos e transformada em melodia por algumas das mãos mais habilidosas da musica: seja a dele mesmo ou de gente como esta seminal banda sessentista.

As origens de Chimes of Freedom são várias. Tem quem diga que é inspirada em uma musica religiosa, poesia simbolista ou até no assassinato de John Kennedy, já que foi lançada por Dylan em 1964. Mas aqui nem me atenho tanto a concepção dela, mas como ela, enquanto uma verdadeira descrição do mundo entre convulsões e esperanças de tempos melhores.

E se o problema, para você, é a voz de Bob (que blasfêmia a sua!), a interpretação do The Byrds, lançada em 1965, te pega pelos ouvidos. Suavidade proporcionada pela combinação de vozes de Roger McGuinn, David Crosby, Gene Clark e Chris Hillman. E eu admito: sou fã confesso da guitarra de McGuinn, o que ele faz na Rickenbacker de 12 cordas é indescritível, uma toada dedilhada precisa, sutil, aquela que convida o ouvinte a fechar os olhos e deixar o som correndo.

Se você também ficou flechado, dá o play e deixa correr o som. É poesia pura, basta ver quem escreveu. 🌻🌻

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