Aquele ditado que diz que “quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé” nunca esteve tão certo quanto desta vez. É o ritmo nacional, nossa forma de mostrar aquilo que Mestre Nino de Jaú dizia que inglês não tem: swing! cintura! E mesmo que você não saiba dançar, abre a garganta e canta com uma roda de amigos em volta.
O samba é a voz do morro, como já cantava Zé Keti, é a reverencia aos Heróis da Liberdade, como desfilou a Império Serrano, é o pedido final como versava Alcione e tantos outros significados de um ritmo que, com perdão da palavra, é visto como um “marginal” em certos cantos do sul, como aqui no Vale, onde ritmo assim é uma “afronta” a ditos ouvidos.
Resguardado na voz de Max Bularque, na batida da Família Oliveira (que A BOINA teve o prazer maior de conhecer) e na cuíca de meu professor Carlos Alberto Silva, o samba encontra por aqui quem nos recorda que ele é Brasil, a brasilidade em pessoa, a alegria em pessoa como destes seis garotos que faço maior questão de destacar, um dos meus grupos favoritos no ritmo: Bidi, Chiquinho, Bigode, Rubão, Lelei e o indefectível Mussum, a formação clássica do ainda sobrevivente Originais do Samba.
E como samba é alegria, impossível não ouvir o som do sexteto sem sorrir. Espontaneidade, ousadia no ritmo e a cadencia segura do ritmo nacional fizeram do grupo uma tabajara completa. E eu aqui poderia colocar qualquer uma do grupo, mas “A Volta do Ponteiro” talvez seja a que mais me identifica: a história de um amor superado com a alegria e a apoteose do samba em pessoa, com cadência, malemolência e alegria.
Então, amigo, tá cabisbaixo por uma dama? Tá precisando duma injeção de sorriso na alma? Dá o play ai e entenda de vez o que quero dizer. Perca esse preconceito, o samba é nosso e só nosso, seja você do sul, norte, nordeste, centro-oeste, sudeste, onde for. O samba é Brasil, pura e simplesmente. 🌻🌻