Adeus, Fusca! Enfim, finalmente, e comovente

Como é que um carro (sempre) consegue fazer isso?

Quem que diz, por entre os lábios, que não se emociona ou se apega a um bem material talvez diz o contrário se tem uma lembrança ligada ao veículo mais carismático de todos os tempos.

Notório, eu estou falando do Fusca (Beetle, Carocha, como queira chamar onde você mora). No último dia de 2019, a Volkswagen americana resolveu levar alguns as lágrimas outra vez ao oficializar em um vídeo a descontinuidade do Beetle. E o que era uma mensagem publicitária pura e simples causou emoções inevitáveis.

Não direi nada sobre o vídeo. Veja-o e assimile como quiser e bem entender. The Last Mile (A Última Milha):

É impossível não falar do Fusca sem fazer algo meio poético ou lírico. O alemão que renegou sua origem nazista e conquistou o planeta com sua simpatia de linhas e histórias marcantes de famílias e jovens é um ícone mundial indelével, mesmo quem torce o nariz para um deles tem alguma memória, lembrança, algum fragmento de vida vivido dentro deste cidadão do mundo.

Por isso, qualquer despedida ou lirismo feito com a imagem do Fusca emociona. “The Last Mile” anuncia em linhas gerais o que a própria Volks mundial já assinalava: o besouro não tinha futuro nem como elétrico, o preferível foi deixa-lo descansar, ter seu repouso merecido depois de mais de 70 anos, entre idas, vindas e novas modelagens, tornando-se história pura e aplicada.

Saída da linha de montagem do último Fusca/Beetle da linha de montagem de Puebla, no México. Era o prenuncio do fim definitivo. O ID.3 (abaixo) carrega o peso de estar na história da marca como o Fusca. Se vingará? Só o tempo dirá (Reprodução)

Se o ID.3, o hatch considerado pela casa de Wolfsburg o terceiro mais importante veículo da marca na história, irá de fato vingar e trazer os alemães de volta do mar de lama pós-dieselgate, ninguém sabe ainda. É cedo para saber e um mundo cheio de incompreensões na guerra entre combustível fóssil e fontes sustentáveis talvez não fosse mais revolucionário para ter um Fusca vivo bom de briga entre nós.

Independente de tudo, simpatia com mais de sete décadas de estrada tá pra nascer em outro carro. Ainda este mês temos pela frente o Dia Nacional do Fusca (20/01) e A BOINA não vai escapar de recordar algumas passagens do besouro por aqui.

Por enquanto, cada um recorde e compartilhe sua lembrança mais especial do velho Fusca, eterno besouro, onde ela estiver sempre.

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