Colhe-se o que se planta

Na roça, em se plantando tudo dá e colhe-se. Qualquer bom sertanejo sabe dessa regra, que serve tanto pra soja que se planta quando pras amizades e pra vida que se tem.

Por estas e outras não me surpreende que Maria Rita, Guilherme Arantes e Guarabyra, que tinham marcado dueto com Sergio Reis para seu próximo disco estejam pulando fora do barco. Dói o coração dizer que o grandão se apequenou ao escancarar uma postura extremista ao convocar – e via áudio – as ditas mobilizações que tanto se fala.

E aqui não fica dito que, para ser artista é preciso mostrar-se “engajado”, mas ao menos conhecedor da realidade pútrida ao seu redor é o aceitável para entender o mundo a volta. E na sua posição de deputado, Sergio torna-se o vilão político das musicas caipiras de outrora, o rei do gado apequenado pelo negro rei do café, a caneta enterrada pela enxada.

Foi infeliz e um dano para a própria imagem que só negam mesmo aqueles que beijam os pés do inominável. É preciso abrir-se os olhos: o país está desgovernado e não aceita – em maioria acachapante – as bravatas de quem quer que seja, mesmo que ele toque berrante e tente passar por um eterno menino da porteira.

É, grandão, aqui colhe-se o que se planta. 🌻🌻

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