Um dia, quando o jornalismo ainda era um campo a ser desvendado, resolvi ser ousado. Leitor assíduo a cada manhã, antes das pautas do dia no tempo de assessor da FURB, meu caro Michel Imme me incentivou a tocar uma ideia adiante: por que não enviar uma coluna para o espaço do leitor do Santa?
Fechei os olhos fui em frente. Na época, ainda era um voluntário tentando manter firme a chama da FAJOMA, a fanfarra da EEB Padre José Maurício, que tomava meu tempo vago nos fins de semana em nome da musica. E talvez naquele tempo, ainda tomado por um legítimo sentimento patriótico que advinha dos desfiles de 7 de setembro (hoje, algo totalmente distorcido na mão de… você sabe quem) não me intimidei ao colocar em linhas o que a educação nas fileiras de uma fanfarra queriam, de fato, dizer.
Algumas correções depois e, no dia de aniversário de minha mãe em 2014, ia às rotativas aquela que foi a minha única participação em um dia de rotina no Jornal de Santa Catarina. Um grão de areia, se eu olhar para trás diante de tudo que ando fazendo e do que o JSC já fez em 50 anos alcançados num mesmo setembro neste ano.
São milhões e milhões de páginas impressas em cinco décadas que contaram e recontaram a história de Blumenau, do Vale, do estado e do país em todos os detalhes e lances. Cotidiano, política, enchentes, esporte, cultura, sociedade, cobrança, incisividade, grandes nomes, todos os ingredientes que entraram em cada off-set durante seu tempo impresso.
Olhando para tanto, parece pouco para uma simples coluna em um único dia, mas não da pra mentir que recortes como estes, entre tantas páginas, estão lá para a história, para algum momento alguém a ler e, ou recordar o assunto ou o jornalista por trás dela. Um grão de areia, talvez sim, mas para um jornalista, ao menos a prova de que, um dia neste 50 anos, o Santa teve um punhado de palavras escrito por sua própria mente e dedos.
E isso não há como dar o respeito. 🌻🌻