Eu tenho observado incrédulo toda essa movimentação para o dia 7, e duas palavras me chamam a atenção o tempo todo, martelam o pensamento: “liberdade” e “patriotismo”.
De largada, não quero interferir no ir-e-vir de alguns, até por que este é o primeiro preceito de liberdade que se pensa. Mas não posso furtar-me de perguntar, de fato, qual é o conceito de liberdade e patriotismo buscado por estes que vão a rua dia 7.
As pessoas compram bandeiras, se vestem com as cores do país, marcam encontro com os amigos para defender os “valores”. Mas que valores? Gasolina a R$ 7? Inflação? Carestia? Conservadorismo ultrapassado e podre em suas estruturas? Quais valores?
Vamos ser sensatos e diretos, pois aqui ninguém é moço das nove horas: o protesto que se vê preparado para as ruas é vazio. Que me desculpem os amigos que brilham os olhos quando assistem os mil manifestos de gente estranha nas redes, mas é totalmente vazio. Aqui não se trata de um país que está assumidamente enfermo, mas da defensa das bravatas, vômitos verbais e birra de um presidente perdido.
Patriotismo em nada tem a ver com o que se vê ou verá nas ruas. Empresários e outros revoltosos das redes empurram goela abaixo mensagens de defesa da família e “glorias a Deus” como gritos de uma pátria sem rumo, doente e em constante convulsão. Entender seu país é compreender não só sua história por todos os lados, mas também entender erros, descaminhos, rebaixar nomes que rasgaram e rasgam os princípios de uma nação verdadeiramente firme e aberta a todos os pensamentos, credos e filosofias. Isso é patriotismo, meu bom judeu!
Nunca um 7 de setembro foi “celebrado” pelo país, e continuará não o sendo. As bandeiras na rua, roubadas das mãos de brasileiros que sentem na pele a realidade nacional, vão para as mãos de quem toma para si a verdade que lhe convém, aquela empurrada pelo presidente e seus asseclas de que estão “cercados pelos comunistas, seja do STF ou de onde for”, no constante terror empurrado na mente desde 1964.
Não, não há nada de patriótico nem de livre ir as ruas no dia 7. Não há “liberdade” para se buscar, meu amigo. Você já é livre, e felizmente muito livre, desde 1988, quando uma constituição nasceu abaixo do sangue de presos políticos, mortos, torturados e deportados por elites cegas e pútridas depois de anos de ditadura (sim, ditadura!). Aqui se vê a defesa do ataque a democracia tão falsamente defendida por um mau militar no poder.
Eu nunca fui tão veemente no que digo como estou sendo hoje. Que cada um faça o seu como quiser, por estamos, de fato, num país LIVRE. Mas não empurrem para o verdadeiro brasileiro, consciente da enfermidade deste país, que estamos “numa guerra de patriotas pela liberdade”.
A bandeira brasileira é nossa e não de Jair, você é livre mas não é patriota, é só defensor de uma ideia falida que empurra o tal “gigante” cada vez mais para um buraco e uma crise mental sem fim.
Faça o que quiser… mas patriotismo, liberdade, estão longe de tudo isso. E tenho dito