Eu não posso deixar de reparar, nas minhas atividades diárias atrás da parede de uma rádio, como um Vale do Itajaí tem um ranço histórico pela música nacional. E aqui não falo de musicas pobremente produzidas ou o que roda nas rádios populares, mas falo de grandes clássicos e nomes que a turma costuma, rotineiramente, torcer o nariz.
Falar de gente como Caetano, Gil, Milton, Elis e, até mesmo de Tim Maia e Roberto, costuma ser um desafio para qualquer programador musical no Vale. A carência de percepção do significado da letra, da melodia bem arranjada e das metáforas que puxam nossa realidade é algo gritante, as vezes soa como ofensa rodar uma musica brasileira, mesmo que a produção atual dê reflexos de ótimos nomes, como Tiago Iorc, Anavitória, Melim, Vitor Kley e por ai afora.
Desafiador, é, mas soa ignorância e um certo preconceito burro tachar esta produção musical, de ontem e de hoje (a de qualidade, claro), como algo inaudível. É preciso entender que a perseguição ao bom nível se mantém elevada e constante, as letras adequam-se aos dilemas da mente, do coração e de um país, e a melodia busca a cara de um povo brasileiro, inclusive a do Vale, que também é Brasil e não uma “Europa melhorada”.
Não se deve acanhar com a tentativa de emplacar o nacional de qualidade em nossas rádios. Quem não quer ouvir, que não ouça, mas que largue a ignorância e o nostalgismo, fazem mal a mente de “cidadão de bem” de tantos… 🌻🌻