Sobre rádio e mudanças

Vez em quando, eu tenho recebido no Whats palavras de saudosistas e puristas, quase como um protesto sem base, de que “o rádio de Blumenau morreu”, que “estão acabando com a musica no rádio” e que “os gaúchos estão tomando conta de tudo”. Ladainhas antigas, recheadas de um saudosismo tóxico que não se permite entender, numa cidade como Blumenau, que o rádio muda como qualquer coisa, e só não entende quem não o quer.

Não sai da faculdade para ficar parado num estágio apenas de um processo. Entradas em rede, modificações, novas formas de fazer o meio, tudo isso faz parte de uma a modernização necessária. Tratar isto como uma morte do rádio local é, simplesmente, um devaneio de mente raivosamente saudosa, e falo isto não porque represento a União FM, mas por ser entusiasta do rádio e entender que tudo muda, dentro de seus estilos musicais próprios, cabendo a cada emissora acertar o passo: se para o bem ou para o mal.

No meu caso, tenho repetido por vezes que agora sim temos uma emissora antenada com as novidades que não esquece suas raízes do clássico (eu mesmo toco um programa entre tantos que rodam clássicos). A música continua avançando e novos públicos dentro do adulto-contemporâneo vão sendo atingidos, muito além dos fiéis. Quem fala que “a turma quer ouvir Spotify” dá um belo tiro no pé. O rádio já teria morrido se fosse assim, não é?

E o que é maior, diferente da frieza do Spotify (que detesto e não uso), o rádio tem “vida”, tem gente falando sem exagero, pensando no que se coloca no ar e convidando a interação, a tirar o ouvinte catarinense dessa letargia de só interagir quando “tem sorteio na boleia” ou algo assim.

É um processo duro e, felizmente, muitos estão o compreendendo. É a ciranda das mudanças que obriga a inovação dentro do que as tendências mandam sem JA-MAIS esquecer de quem lhe dá sustentação: o ouvinte. E, claro, cabe a emissora em si entender que é preciso chama-lo pra perto. Não agradar um ou outro, mas quantos todos chegarem perto.

Posso não entender nada perto de teóricos da coisa, mas sou profissional amante e militante do rádio, e engolir certas falácias de nostalgismos raivosos não fazem parte de mim. O rádio muda como tudo e cada um dentro do seu estilo. Cabe a emissora fazer a mudança valer (muito além do que é para seu bolso), e esse ciclo está em Blumenau, pelo bem de umas ou mal de outras.

Quem entendeu, venha comigo! Quem não entendeu, junte-se aos chorões de sempre e vá ouvir seu Spotify (se conseguir usa-lo de graça). 🌻🌻

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