PROSA E VERSO | Noturno (Carla Silva)

Há momentos de solidão, nestes correres da vida, que nunca entenderemos como eles aparecem e permanecem corroendo o ser. Esses períodos insólitos chegam sorrateiros mesmo com o astral firme, tomam conta e te colocam numa espécie de transe, onde qualquer movimento de um dia é pretexto para parar, digerir e, quem sabe, chorar um pranto há muito contido.

A solidão, ao mesmo tempo que dolorida, é sublime quando versada. Toma o coração para para-lo de bater sentimentos, mas o acelera na ânsia de descrever a ilusão que se cria em torno dela. Imagens, sombras e relâmpagos, desconstrução de imaginários sobre pessoas e farsas, até que tudo se dissipa, uma espécie de orgasmo emocional, expurgo e a volta da normalidade até o próximo encontro com a solitude.

Carla Silva, “Little Madness”, uma alma com coração latino, inquieta, dona de um sorriso sério, forte e que é capaz de nos fazer parar para pensar, parece ter um olho clínico para penetrar fundo em alucinações que tomam conta da mente em um momento de solidão. E recentemente, A BOINA foi brindada por uma crônica de sua autoria que, justamente, casa com este tipo de alucinação em meio ao vazio, mesmo que as palavras soem como um vazio “de pé”, determinado a não ser a lógica destas sensações.

É com “Noturno” que viajamos a este redemoinho, estas sensações que beiram o imaginário, mas que são apenas o resumo de um ponto dentro do vazio, das desilusões que a vida nos impõe quase que de surpresa nas noites deste mundo.

Dê o play, você vai entender… 🌻🌻

2 comentários em “PROSA E VERSO | Noturno (Carla Silva)”

  1. Maravilha André!
    Só você mesmo pra me presentear com essa produçao incrível… AMEI.
    Como um exímio poeta captou a essência de cada verso e descreveu-a excepcionalmente bem.
    Obrigada meu amigo pela dedicação e atenção.
    Parabéns pelo incrível trabalho.
    Abraços.

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